Tornei-me invisível afinal
Só, quase transparente
Sinto-me como uma pedra sem cor
A vagar pelos cantos
Me escondo e não sou notada
Posso sumir e minha falta não será sentida.
Sou como uma gaivota a voar
A procura de um novo lar
Que me acolha e me faça respirar
Voltar a ser notada amada questionada
Pois ser invisível é doloroso
É uma sensação de um vazio
Pareço estar presa no ar.
Um ar contaminado por incertezas e medos
Perdas e desencontros
Do passado e do presente
Quero ainda poder sentir
A vivacidade no ar
O amor que vem de dentro
Pois só assim a invisibilidade irá acabar
É um sonho eu bem sei
Pois meu tempo esta acabando
Sinto que é chegada a hora
De partir e assim então
Tornar-me-ei visível.
Visível de um novo jeito de ser
De ajudar partilhar amar
E me sentirei viva novamente
De um jeito diferente
Mas sobre tudo consciente.
De amar e ser amada
De ajudar e partilhar
É um mundo novo a surgir
E eu junto a outros irei sentir.