quarta-feira, 10 de agosto de 2022

INVISÍVEL

 Tornei-me invisível afinal

Só, quase transparente

Sinto-me como uma pedra sem cor

 A vagar pelos cantos

Me escondo e não  sou notada

Posso sumir e minha falta não será sentida.

Sou como uma gaivota a voar

A procura de um novo lar

Que me acolha e me faça respirar

Voltar a ser notada amada questionada

Pois ser invisível é doloroso

É uma sensação de um vazio

Pareço estar presa no ar.

Um ar contaminado por incertezas e medos

Perdas e desencontros

Do passado e do presente

Quero ainda poder sentir

A vivacidade no ar

O amor que vem de dentro

Pois só assim a invisibilidade irá acabar

É um sonho eu bem sei

Pois meu tempo esta acabando

Sinto que é chegada a hora

De partir e assim então

Tornar-me-ei visível.

Visível de um novo jeito de ser

De ajudar partilhar amar

E me sentirei viva novamente

De um jeito diferente

Mas sobre tudo consciente.

De amar e ser amada

De ajudar e partilhar

É um mundo novo a surgir

 E eu junto a outros irei sentir.



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